terça-feira, 31 de março de 2009

Senhores governantes, e então!

*Senhores governantes, e então!

Como cidadão, gostaria de perguntar o que milhares de pessoas nesta cidade têm vontade e não possuem canal para que seus questionamentos possam ser ouvidos. Sou convicto em dizer que não existe imparcialidade política, mas quero, aqui, abstrair qualquer linha de pensamento ideológico, pautando-me pelo debate propriamente dito, e opto por fugir do discurso maniqueísta.
Com os últimos acontecimentos, causados por sucessivas enchentes em nossa cidade, não podia deixar de me ater aos enormes pontos de alagamentos, às vítimas fatais e suas respectivas famílias, bem como aos milhares de desabrigados em nossa cidade. O que os senhores têm feito? com que e/ou com quem os senhores têm se preocupado em nossa cidade?
É claro que o povo reconhece o fator "tempo", onde a natureza - por ora - rebela-se com os seres que mais a destroem, desmatam-na de forma descomunal e degradam sua fauna e flora, largando-lhe toneladas de lixo por cima. Por consequência disso, a natureza enfurecida tira-nos o solo, nossas casas, nosso ar, nossos plantios, nossos familiares e o maior bem que nós podemos ter: nossas vidas! Assim como não me furto em reconhecer que a morosidade dos trâmites que tem que passar os projetos elaborados por uma administração pública, deixam governo e, principalmente, governados com a paciência saturada.
Mas fora isso, senhores, gostaria de saber o que têm a dizer a uma população que sofre com tudo isso – em destaque - somado à inoperância de alguns setores de sua administração? pessoas que passam fome e frio; que dormem com ratos passando por cima de suas camas; que, à noite, ficam com o "coração na mão", pois suas casas já estão com água e podem matá-las afogadas. Gostaria que os senhores, nossos governantes, andassem pelas ruas (as com esses problemas) para ver pessoalmente e constatar o que milhares de pessoas estão passando. Mas peço para que passem mesmo, por essas vias, bem como sugiro – em certos casos – o uso de uma embarcação, haja vista que em muitos locais as águas passam do abdômen!
Como resposta, meus caros governantes, sugiro não dizer ao povo desta cidade (de nossa cidade), que estão indo aqui e ali para resolver com uma ou outra autoridade; que, o processo licitatório, é um processo demorado; que irão reunirem-se (o secretariado), para ver o melhor caminho que propiciará uma saída urgente para estes problemas; que estão na elaboração de projetos para obtenção de recursos; etc. Sabem por que, senhores? porque o povo, onde me incluo – quando entendem – não quer ouvir esses tipos de argumentos. Até porque, a população delegou estes cargos aos senhores para que vocês os conduzam para uma melhor qualidade de vida, com mais dignidade, igualdade e oportunidade! Eles querem ouvir quem, quando e como serão resolvidos seus problemas, suas necessidades, e quando irá sanar seus sofrimentos.
Por fim, gostaria de saber o que está emperrando a máquina pública, para que as soluções apareçam? se é sabido que o governo do estado já fez o decreto que faltava para a obtenção de recursos por parte do governo federal? que dos R$ 35 milhões que a região pretendia adquirir, já obtiveram R$30 milhões e, destes, R$ 18 milhões são para nossa cidade! que também sabemos que, as cidades com este decreto, estão dispensadas, por lei, de terem que fazer licitação em certos casos. Então, senhores governantes, o que têm a nos dizer?

Nelson Pires

* Texto publicado dia 28/3/2009 no Jornal Diário da Manhã

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