terça-feira, 30 de novembro de 2010

Curando as Feridas

Caros, coloco um texto - de uma amiga e professora - que traduz bem o que foi o (des) governo sectário de Yeda, em relação à Educação.

Boa Leitura!

O desmantelamento dos espaços de inserção dos educadores neste estado nos últimos quatro anos de governo deixou um desencanto e desesperança muito grandes no meio escolar e sindical. O propósito foi muito claro: não vamos permitir que eles se reúnam para que tenham mais força. Impossibilita-se a capacidade de mobilização da liderança sindical com a retirada da cedência de diretores de Núcleos para o trabalho junto à base. Outros processos desmobilizadores foram instaurados no meio escolar como política de governo e também como estratégia de contenção de gastos, (déficit zero). O não investimento em recursos humanos e o não reajuste de salários desmontam a escola. Não se abre a possibilidade de aproveitamento de concurso já realizado e se contrata. Pois contratado não reivindica por medo de demissão e, além disso, para atender a demanda de falta de professores,  fecham-se espaços fundamentais necessários para  uma educação de qualidade social. Biblioteca não é prioridade, setor pedagógico não é prioridade, setor de atendimento ao educando não é prioridade, segurança, nem se fala. Autonomia da escola, o que é isso? As propostas educacionais de cima para baixo, prontas, se tornam muito mais fácil de controlar. Não bastasse tudo isso veio o golpe do Piso Salarial Profissional Nacional, tão sonhado e aguardado por todos os educadores. Mas não foi o golpe fatal, tinha mais. Decreto neles! Não pode paralisar! Não pode manifestar-se! Cavalos e bombas de efeito moral sobre eles!  Desconto de salários. Perdas funcionais. Enturmação. Ameaças, com a instauração da meritocracia, e de alteração no plano de carreira.
               Acredita-se que todo o Trabalhador em Educação é movido por esperança, não fosse isso não sobreviveria. Esperança que “um dia vá melhorar”! Mas, como em toda a ação há uma reação, conforme a terceira teoria de Newton, os trabalhadores em educação se rebelaram com um sentimento de insatisfação e rebeldia e passaram a não reconhecer o governo. Muitas dores e dissabores. Muitas feridas. Vontades perdidas pelo caminho. Agora, esperanças renovadas, início de nova caminhada. Como caminhar com toda essa bagagem enfadonha? Só caminhando! E esse caminho vem como uma paisagem mais leve, de possibilidade de diálogo, de valorização profissional, de participação de todos no processo de construção, de reconstrução. Temos que nos colocar como possibilidade, como fator principal, como primordial. Erguer a cabeça e fazer valer através de nossas atitudes construídas no chão da escola, do valor que temos nessa sociedade. Não podemos nos encolher, não temos esse direito. De nós também depende a humanidade. Queremos uma sociedade mais consciente? Mais preparada politicamente? Mais humana e fraterna? Então precisamos estar nos renovando a todo o momento. E este é mais um novo momento de curar as feridas e ir à luta.

*Régia Maria Tavares Nogueira    
     
* Professora Estadual Aposentada – Representante 1/1000 do CPERS/Sindicato, Vice- Presidente do Conselho Municipal de Educação e Dirigente Sindical do 24° núcleo do CPES/Sindicato.

Um comentário:

DANIEL BOEIRA E IDÉIAS disse...

estamos em um momento importante, temos a oportunidade de levantar dados e fazer auditorias para comprovar e responsabilizar a quem tenha que ser. com isto iniciarmos uma retomada ao crescimento com a participação de toda a sociedade, valorização da educação, um projeto verdadeiro para a saúde que prime pela prevenção e ainda uma política que valorize a permanência do agricultor no meio rural.